REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A PEC 287/16 tem o potencial de transformar o Brasil no pior país para se aposentar ou esse é mais um discurso populista?
Parte I
Após o presidente Michel Temer ganhar a guerra de braços no congresso nacional e conseguir adiar para janeiro de 2019 que suas denúncias cheguem ao judiciário, uma nova discussão ganha força e toma as ruas, dividindo opiniões, é a Reforma da Previdência (PEC 287/2016).
PANORAMA GERAL
O governo federal, defensor da reforma previdenciária, revela que o sistema registra um rombo crescente nos gastos que saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 5,7% em 2017. Em 2016, o déficit do INSS chegou aos R$ 258,7 bilhões (4,1% do PIB), este ano se estima uma dívida de R$ 381,2 bilhões. A causa desta dívida, segundo o governo, é que os brasileiros estão vivendo mais, a população idosa está aumentado e os jovens diminuindo.
De acordo com o governo, a única forma de solucionar este problema é fazer com que os brasileiros se retirem mais tarde do mercado de trabalho, isso ajudará a equilibrar as finanças. Para tal, sugerem uma reforma no sistema previdenciário que entre outras mudanças acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição, com o fator previdenciário, iguala homens e mulheres e maior parte das categorias profissionais.
Já para algumas classes de trabalhadores e políticos, a Reforma da Previdência significa a implosão do atual sistema público aplicado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, sendo considerado um retrocesso aos direitos sociais dos trabalhadores brasileiros, por exigir idade mínima de 65 anos e acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, afirmam também que só onera a classe trabalhadora e não a empresarial, impossibilitando que um dia este trabalhador alcance sua aposentadoria.
Para este grupo a reforma também trará redução no valor dos benefícios e cerceamento do acesso às aposentadorias e pensões pela classe trabalhadora. Para solucionar a dívida existente, exigem que o governo execute as dívidas de grandes empresas devedoras do INSS. Além disso, afirmam que a reforma é um embuste para obrigar a classe trabalhadora migrar para o sistema previdenciário privado, favorecendo os grandes bancos.
Segundo analistas do mercado financeiro não basta cobrir a atual dívida do INSS, é necessário reformular o atual sistema, para que ele se torne sadio e autossustentável evitando que o sistema futuramente volte a sofrer colapsos. Assim, a reforma é necessária, mas, não é suficiente para atrair investidores para o país. Além da reforma previdenciária, será preciso também assumir uma agenda reformista que busque equilibrar as contas públicas, pois somente a reforma previdenciária não resolve todo o desajuste fiscal do país existente no país hoje.
Para garantir investimentos exteriores, o Brasil precisa mostrar que é capaz de cumprir compromissos públicos assumidos com as instituições, para isso, é preciso mostrar que sabe administrar suas contas públicas. Ou seja, não pode gastar mais do que arrecada e hoje, além do déficit previdenciário, o Brasil acumula nos últimos quatro anos dívidas públicas que somadas chegam na casa de 700 milhões de reais. Por isso, para melhorar o ambiente de negócios e investimentos no país, além de pagar todas as dívidas, será necessário estabilizar as contas públicas.
Afinal, o país não consegue investir em infraestrutura para o crescimento econômico, criação de empregos, investimentos em educação, saúde e segurança, sem o apoio e os investimentos do mercado externo. E para isso, os investidores externos precisam confiar que o país será capaz, daqui algum tempo, de retornar seus investimentos, antes de aplicar seu dinheiro aqui. E como avaliam isso? Como em qualquer instituição financeira, por meio da análise da saúde financeira do país, analisando a capacidade que o mesmo tem de honrar com seus compromissos.
Este é o panorama em que está inserida a atual reforma previdenciária. Quem está certo ou errado, muitos não tem essa certeza ainda. Grupos pró e contra a reforma dividem o país, único consenso, inegável, hoje, é a necessidade do equilíbrio financeiro do regime previdenciário, que sofre grande déficit.
LEIA MAIS
PARTE II – QUEM DEFENDE O BRASIL
PARTE III – CRISE NA PREVIDÊNCIA – A RAIZ DO PROBLEMA
PARTE IV – FIM DOS PRIVILÉGIOS
Largado por Kendra Chihaya | largados comentaram ( 6 ) | Visualizações: 2194
novembro 10th, 2017 at 6:41
Todo e qualquer programa assistencialista eterno (SUS, INSS, bolsas) não tem como se sustentar, uma população trabalhadora não pode ficar bancando estas benesses a vida toda enquanto uma parte fica usufruindo sem nada em troca, quanto ao tema, ninguém morreu de tanto trabalhar, e a maioria se aposenta e continua trabalhando portanto, tem que aumentar a idade sim e claro cobrar as dividas com rigor. e dale Largados.
novembro 10th, 2017 at 9:12
A reforma tem que ser feita no setor publico, hoje 01 aponsentado do setor publico vale por 40 aposentados do setor privado.
novembro 10th, 2017 at 12:23
A reforma precisa ser feita levando em consideração e primeiramente aliviando o peso do Estado sobre a sociedade produtiva! Não há como manter a Previdência Social desviando os recursos arrecadados para bancar o custo dos Três Poderes.
novembro 10th, 2017 at 13:48
É apenas uma questão de opinião, mas o porque não se responsabiliza aqueles que Roubaram o INSS até agora? o porque não Fazer com que Todos os trabalhadores Contribuam e se aposentem com 65 anos (Todos incluindo os Políticos, Militares e Judiciários) e apenas com UMA aposentadoria e sem dar direitos as descendentes? como existe ainda hoje.
novembro 10th, 2017 at 14:17
Caso real, o meu!
Contribuo desde Out/1984 ou seja, hoje tenho 33 anos de contribuição e 49 anos de idade.
IMPORTANTE: Sempre contribui com o teto (DEZ SALARIOS).
1) Pela POLITICA PUBLICA serei vagabundo se me aposentar!
2) Pelos BANCOS (Previdência privada) eu já teria uma BAITA GRANA para me aposentar.
Resumo de minha opinião:
NÃO É JUSTO A POPULAÇÃO PAGAR POR MÁ ADMINISTRAÇÃO E/OU DESVIO DA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
(*) no mais, um JOVEM de 49 anos já é VELHO para o mercado de trabalho.
(**) Você contrataria para mão de obra braçal (85% de nossa população) um jovem de 50 ou um de 25?
NÃO EXISTE EMPREGO PARA JOVENS DE 50 ANOS sem uma formação muito especifica (Superior completo + Pós + Linguas).
novembro 10th, 2017 at 16:13
Concordo com o Hélio, nem todo funcionalismo recebe altos salários.
Tem a turma do dois mil e pouco.
Alguns tem licença prêmio que não deve ser convertida em dinheiro, ou, não deveria.
Não tem FGTS porque o regime é diferenciado.
Acumular salário com aposentadoria.
Nos estados aquilo que a ministra pediu dias atrás é fichinha.