Com apenas 25 anos, Angelines Fernández já era uma reconhecida guerrilheira que lutou contra a ditadura na Espanha.
Se você cresceu no Brasil – ou em qualquer país da América Latina – certamente teve sua infância marcada por Chaves e companhia. Basicamente todos os personagens da série viraram ícones atemporais, mas a trajetória de seus atores geralmente é pouco conhecida. Mesmo assim, nunca é tarde para descobrir histórias inspiradoras, como a da atriz Angelines Fernández, a Bruxa do 71.
Ao contrário do resto do elenco de Chaves, Angelines não era mexicana. Ela nasceu em Madrid, na Espanha, em 9 de julho de 1922. Em 1947, com apenas 25 anos, a atriz precisou abandonar o país natal, pois era guerrilheira contra a ditadura de Francisco Franco.
Perseguida pelos franquistas, sua vida corria perigo na Espanha e ela resolveu fugir para o México. Lá chegando, mais um baque: Angelines não conseguiu exílio e precisou partir para Cuba.
“Tinha um caráter forte. Para ela não haviam meias tintas, era branco ou preto, não podia ser cinza. Era uma mulher que levava a sério seus valores e às vezes as pessoas não lidavam bem com isso”, declarou sua filha Paloma Fernández, em 1999. Ela conta que a vida da mãe em Havana não foi nada fácil, especialmente no início.
O talento de Angelines como atriz foi o que fez com que sua volta ao México fosse possível. Não há informações precisas sobre a época exata em que morou em Cuba, mas sabe-se que ela foi uma das pioneiras do cinema mexicano em meados dos anos 1950. A partir dessa época, chegou a participar de 14 filmes no país, além de diversas novelas.
Seu primeiro trabalho cinematográfico foi no dramalhão mexicano Maternidad Imposible, em 1955. Em 1964, atuou ao lado do lendário Cantinflas, o que fez com que alcançasse prestígio como atriz.
Mesmo brilhando em papéis dramáticos, o amigo Ramón Valdés (ele mesmo, o Seu Madruga) viu nela o talento para a comédia. Mexendo alguns pauzinhos, a Bruxa do 71 acabou virando um personagem extra na vila do Chaves e o sucesso foi imenso.
Apesar de trabalhos consideráveis no cinema e TV, foi a Dona Clotilde que transformou Angelines num ícone de fato, a partir de 1972. Segundo sua filha Paloma, a atriz amava fazer parte do programa, mas chateava-se por causar medo nas crianças quando era reconhecida na rua.
O passado sofrido da atriz fez com que sua vida fosse marcada pela depressão, que agravou-se mais ainda com a morte de Ramón Valdés (em 1988), pois ele acabou virando seu melhor amigo ao longo de Chaves. Paloma conta que ela também passou a vida sentindo muita falta de sua família na Espanha. Mesmo assim, jamais voltou a viver no país, nem quando a ditadura acabou por lá, nem quando aposentou-se das telas.
Faleceu em 25 de março de 1994, vítima de um câncer no pulmão, em decorrência do cigarro. Curiosamente, ela tinha 71 anos de idade na época.”
Largado por Máximo Ternura | largados comentaram ( 4 ) | Visualizações: 301
agosto 15th, 2024 at 9:25
tirando o relato sobre a epoca franquista a bruxa do 71 foi espetacular,merecia mais uns 20
anos mas como o relato ontem sobre yul brynner
os arrebenta peito os levaram pela mesma causa.
agosto 15th, 2024 at 11:00
Quem é bruxa ja foi princesa, só a Janja que não.
agosto 15th, 2024 at 14:36
A Janja não está sozinha. Você se esqueceu da Dilma que também sempre foi bruxa…
Se pensarmos bem também tem a Benedita da Silva, a Marina, Jandirão (Jandira Feghali)…
A lista é longa.
agosto 15th, 2024 at 20:50
A lista da esquerda é na sua maioria de dragões. Uma mais feia que a outra.