17 de outubro

QUEM COMEU O CORONEL?

DONO DE LANCHONETE É PRESO POR BATIZAR SANDUICHES COM PATENTES MILITARES.
Para o dono de uma lanchonete de Penedo, a 170 km de Maceió (AL), tratava-se de uma estratégia de marketing. Mas, para o
comandante da Polícia Militar na cidade, era uma ofensa à Corporação.
E assim, por batizar os sanduíches da casa com patentes militares, Alberto
Lira, 38 de idade, dono da lanchonete Mister Burg, acabou detido por
ordem do comandante da PM local.
Afinal, entendeu o militar, não ficaria bem alguém chegar na lanchonete e
pedir: “quero um coronel mal passado”.
Ou sair de lá dizendo: “acabei de comer um sargento”.
Na delegacia foi lavrado boletim de ocorrência e, face ao tumulto
havido, a casa comercial fechou durante algumas horas.
Contudo, como o delegado de plantão entendeu que não havia motivo para
prisão, Lira foi liberado horas mais tarde. Os cardápios da lanchonete
foram recolhidos para avaliação e a casa reaberta em seguida.
Aproveitando-se da inesperada repercussão, a lanchonete quer manter o
cardápio, que tanto desagrada à PM.
A casa oferece lanches como o “coronel” (que é o filé com presunto), o
“comandante” (um prato com calabresa frita), e por aí vai.
A brincadeira foi demais para o parco humor dos policiais militares,
que dizem que os nomes dos pratos provocavam chacotas e insinuações
contra os policiais, entre os moradores da cidade de Penedo, 60 mil
habitantes.
Lira, o dono da lanchonete, diz que não teve, nem tem, nenhuma
intenção de brincar ou ofender à Corporação. O cardápio – garante o
dono da lanchonete – pretendia ser uma homenagem à hierarquia militar.
O prato mais caro era o “comandante”.
O comerciante contratou o advogado Francisco Guerra, para entrar com
uma denúncia por abuso de autoridade contra o comandante local da PM e
uma ação reparatória, por dano moral, contra o Estado de Alagoas.
Nela, vai salientar que não existe nenhum texto legal que impeça um
restaurante de incluir, no seu cardápio, “lula à milanesa”, “filé a
cavalo” ou “coronel mal passado”, etc.
O advogado já pediu habeas corpus preventivo, para evitar outra
detenção de seu cliente. A peça sustenta que “se o argumento do
comandante fosse válido, nenhuma festa de criança poderia ter
brigadeiro”.
Como se sabe, brigadeiro – além de ser a mais alta patente da
Aeronáutica – é também o nome do docinho obrigatório nos aniversários
de crianças.
“Em Penedo, comer brigadeiro pode, mas comer coronel, está proibido” –
ironizam os advogados da cidade.


Largado por Serginho. | 1 largado comentou | Visualizações: 128


Uma resposta para “SE TÁ NA INTERNET, É VERDADE.”

  1. Máximo Ternura disse:

    Se está na verdade, é internet.

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