Putz, os caras se quebrando lá na frase do dia de ontem,
e o largados já estava em dia.
Vai dar esse rabo Velhinho que não avisa.
Shoppingnear, to indo.
1972 – Sobreviventes são encontrados nos Andes, em meio à neve, após vários dias de procura. O pessoal sobreviveu, comendo carne dos companheiros mortos no acidente….
Os Sobreviventes dos Andes – Texto completo
” Alvaro Mangino e José Inciarte são dois dos 16 sobreviventes do desastre aéreo ocorrido em 13 de Outubro de 1972, uma sexta-feira, com um avião bimotor ” Focker-27 “, um turbo-hélice da Força Aérea Uruguaia que levava um time de rugby do Clube Old Christian Brothers, que caiu na Cordilheira dos Andes, no lado argentino.
Resgatados pelo Exército Chileno em 23/12/1972, chegaram de volta a Montevideo em 28/12/1972, como heróis nacionais, mas depois que confessaram ter comido carne humana dos colegas mortos, muita gente se escandalizou e passou a vê-los como vilões.
Em 8 de julho de 2006, Alvaro e José estiveram num congresso em Bento Gonçalves e fizeram uma palestra contando como foram aqueles dias que passaram entre a vida e a morte no meio de cadáveres congelados e da neve na Cordilheira dos Andes.
A palestra de Alvaro e José foi dividida ao meio. Primeiro falou José por ser o mais velho da dupla (são os únicos que fazem palestras desta maneira).
Eles falaram durante uma hora e l0 minutos e a atenção da platéia em nenhum momento se esfriou. José contou que o avião saiu de Montevideu e fez escala em Mendoza porque o tempo estava ruim pra atravessar a Cordilheira dos Andes. Era o dia 12/10/1972.
” Nosso resgate e a nossa sobrevivência foi um trabalho de equipe. Tivemos atitude. Saímos vivos depois que concluimos que a coisa dependia de nós”, começou dizendo porque o depoimento deles tem obviamente o viés de ser de auto-ajuda.
No avião iam 45 pessoas (5 mulheres e 5 tripulantes). ” Iamos a Santiago jogar uma partida de rugby (futebol norte-americano), diz José que tinha 24 anos em 1972 . Hoje tem 58 anos.
Ao meio-dia do dia 13/10/1972 eles foram levados ao aeroporto de Mendoza e a tripulação do avião não queria partir, conta José. A pressão dos jovens sobre a tripulação (todos militares dos quais não houve nenhum sobrevivente) foi muito grande. ” Ustedes são unos maricones” ( vocês são uns bichas) diziam os jovens aos pilotos que estavam com medo de atravessar a Cordilheira dos Andes por causa do mau tempo.
Como naqueles tempos o Chile vivia uma crise sem tamanho no governo socialista de Salvador Allende, o avião dos uruguaios levava muito mantimento (o que foi uma grande sorte para sobreviver aos dias seguintes ).
José relata que dentro do avião depois que ele decolou estava tudo tranquilo e os alunos do time de rugby iam se divertindo, jogando ” la pelota”, prá cá e prá lá dentro da aeronave.” Nem dávamos bola pra o que acontecia do lado de fora…”…
Os passageiros receberam o aviso dentro da aeronave de “apertar cintos” mas segundo José Inciarte, um dos sobreviventes, “ninguém fez caso”. Quando o avião – um bimotor Focker-27 – entrou nas nuvensos pilotos (militares) insistiram com os passageiros ” sentem-se”.
– O avião caiu num primeiro ‘buraco’ . Foi uma queda braba, brusca, conta José Inciarte. ( Ele teria entrado num ‘buraco’ de ar quente).
Os jovens puderam ouvir gritos na cabine do avião:
– Da-lhe potência! da-lhe potência! Eram, segundo José, gritos quase que de desespero.
Houve então, conforme José Inciarte, uma ‘segunda’ queda mas esta bem mais forte . muito maior. Ele relata:
– Das janelas não se via mais nada do lado de fora, uma escuridão total.
Um olha pro outro como que perguntando o que estava acontecendo naqueles instantes decisivos de suas vidas. O próprio José lembra passados 34 anos:
– Eu olhei pros meus colegas.Estavam todos apavorados, ninguém sabia o que estava acontecendo.
Ele foi descrevendo para o auditório que o ouvia naquele sábado (8.7.2006) o que foram os segundos seguintes que se transformaram num inferno.
– Houve uma explosão!
O avião chocou-se contra a montanha. E segundos depois fez-se um silêncio sepulcral. Entra ar no avião. E a neve também vai entrando pelo avião junto com o ar. Depois fica tudo azul, o céu está completamente azul. Segundos depois o avião pára de rolar. Poltronas se desprendem da aeronave e ” voam” em direção à cabine. Faz-se segundo relata José um silêncio sepulcral.
Depois os que não morreram na queda , começam a ver cenas “dantescas”: ferros retorcidos, gritos, choro, gritos de dor, pedaços de corpos, e cor de sangue por todo lado. A mente dos sobreviventes tem poucos segundos pra se adaptar à nova realidade. Primeiro não quer crer!
– Caí aqui? Por que aqui?
As primeiras reações são de querer desaparecer, ou querer ajudar os feridos. José tinha então 24 anos. Álvaro, seu colega que está aqui agora neste auditório, quebrou a perna na queda. Pelos cálculos deles a queda ocorreu entre as 15h30min. Em outubro, naquele dia 13 (por azar uma sexta-feira) na Cordilheira dos Andes a noite caiu por volta de 16h30min.
” A noite caiu de golpe. Fica noite rápido” lembra José.
– Foi a noite mais ” eterna” da minha vida. Ela não passava nunca. Uma sensação de frio que dó, vou morrer de frio, pensava José.
Os sobreviventes se abraçam pra não morrer de frio. Não podiam parar cinco minutos senão congelavam. A sensação era que não iria nunca mais amanhecer. Álvaro Mangino, um dos 16 sobreviventes dos Andes, desastre aéreo ocorrido em 13/10/1972 – que ficou célebre porque os sobreviventes comeram a carne dos colegas mortos – tinha apenas 19 anos quando a tragédia se abateu sobre aquele avião militar, da Força Aérea Uruguaia, um bimotor ” Focker 12″.Ele descreve a tragédia: “estava sentado na altura da asa do avião”. Não recorda do choque do aparelho com a montanha:” percebi que os bancos (do avião) escorreram pra frente”, diz.
Álvaro declara que com a queda ficou embaixo de um dos bancos. E relembra em que situação se viram aqueles jovens:- Estávamos a 4 mil metros de altura, a menos de 15 graus de temperatura, num local agressivo, numa situação difícl, com colegas mortos e outros feridos. Suas lembranças – narradas junto com José Inciarte, outro sobrevivente em 08/07/2006 num congresso em Bento Gonçalves – dão conta das conseqüências da queda:
” Quebrei uma perna. Um estudante de Medicina me arrumou a perna. Os ossos se juntaram”. O estudante de Medicina hoje é um cardiologista. Quando foi resgatado Álvaro não quis mais que mexessem na sua perna.
” Não vamos quebrar a perna novamente”, disse. Álvaro diz que a noite de 13/10/1972 ” veio rápido” após a queda do bimotor. Foi um horror. Havia muito medo. Foi a pior noite de minha vida,disse ele. Não passava nunca. Segundo ele, dos 45 passageiros, com a queda restaram 29 sobreviventes. ” Vinte e quatro deles estavam saudáveis, apenas com escoriações ou ferimentos leves, coisas pequenas como pernas quebradas”. Álvaro relata que os sobreviventes menos feridos pensaram logo em organizar-se, mas que havia a idéia de que seriam localizados logo pelos helicópteros que seguramente iriam procurá-los.
Alvaro Mangino diz que na situação começaram a surgir lideranças entre eles. Quem mostrava mais determinação, empenho diante da situação em que se encontravam. Durante 72 dias que permaneceram ali perdidos nas geleiras dos Andes iriam sentir frio, sede e suportar temperaturas negativas de até 30 graus.
“A capacidade das pessoas é inacreditável. Sempre se pode mais” conclui ele.
Álvaro relata que os primeiros dias foram dedicados a resolver problemas como o da sede que segundo ele dói mais do que a fome. Foram descobrir que a neve não servia pra matar a sede porque ela machuca a boca. Depois de comer neve não se pode engolir mais nada. Diante desta realidade eles concluíram que tinham que “fazer” água de alguma maneira. Tiveram então que aplicar a criatividade diante da situação. E como um deles tinha um isqueiro derreteram neve e fizeram um litro de água. O engraçado, lembrou Álvaro, é que nenhum dos sobreviventes queria queimar a nota de dólar que guardava pra fazer fogo e derreter a neve. Mesmo naquela situãção todo mundo queria economizar as notas de dólar.
Foi o sobrevivente de nome Adolfo que achou a solução pra fazer água. Botavam neve numa chapa de alumínio e derretia com o sol. Formou-se uma pequena equipe em torno deste objetivo- fazer da neve água – e o lema criou-se na hora” um por todos, todos por um”, todos trabalhavam pra todos…
O drama dos Sobreviventes dos Andes prossegue e eles viram que começar era fundamental. Nos destroços do avião acharam um “fiozinho”e através dele puderam sintonizar uma rádio de Montevideo, de onde tinham vindo. Ao conseguirem sintonizar as rádios de sua capital, se enteiraram de que as buscas deles haviam sido canceladas.
A sua situação era esta: estavam a dois mil quilômetros de casa, no meio dos destroços do avião, na neve, sem comida e seguramente alguns já estavam pensando que fatalmente iriam fazer aquilo que depois escandalizou o mundo, comer a carne dos colegas que haviam morrido na tragédia.
Os sobreviventes não tinham consciência de onde estavam. Pensaram até o fim que tivessem caído do lado chileno da Cordilheira quando na verdade estavam em território argentino. Após dez dias da tragédia haver ocorrido, eles não mais observaram helicópteros a sua procura como ocorrera nas primeiras 72 horas. E alguns deles começaram a raciocinar:” ou nós vamos partir em busca de socorro ou vamos morrer fatalmente todos”.
Nos primeiros 5, ou 6 dias, comeram chocolates – que levaram porque no Chile havia poucos provimentos – mas depois a comida começou a escassear e finalmente terminou.
José Inciarte, o mais velho dos dois sobreviventes lembra que o choque do avião com a montanha deve ter se dado quando a velocidade estava a cerca de 400 km/hora. Mesmo assim, dos 45 passageiros, 29 ficaram vivos. Destes 24 totalmente inteiros e cinco com pequenas lesões.
No começo da primavera na Cordilheira dos Andes – outubro – o sol,ainda tímido, conseguiu produzir um litro de água que eles tiraram da neve. José Inciarte vai relatando que não havia a quem recorrer. Durante o dia , conta ela, só se avistava um condor que voava alto.
E José vai preparando a atenta platéia que o escuta segurando a respiração para a descrição – que ele faz quase de forma religiosa – de como chegaram a conclusão de que fatalmente comeriam os colegas mortos. Não se viam mais helicópteros a sua procura , apenas condores que passavam sobre suas cabeças.
À noite para fugir do frio sempre negativo, se escondiam dentro da fuselagem do avião. Começaram então a ficar sem alimentos, sem os chocolates, sem os licores. Começaram a olhar para os corpos dos mortos, conta José…
Faz-se um silêncio sepulcral enquanto José Inciarte começa a descrever para a platéia a decisão de comer os colegas mortos. “Se não comer meus colegas, eu morro dentro do avião” raciocinavam os sobreviventes. Contra ou a favor?Tem que tomar uma decisão mas a mão não obedece, relata José.
Quando a mão começa a obedecer, é a boca que não se abre…
É a força do preconceito, do tabu… diz ele.
Depois de ter comido carne humana, José diz que virou uma pessoa religiosa.” Hoje eu vivo em você” raciocina ele, a respeito da carne do colega que foi comida pelos sobreviventes para poderem se manter vivos…É o amor mais grande que pode existir. Não existe maior ato de grandeza, de comunhão, diz José Inciarte.
No local a temperatura alcançava os 30 graus negativos. Entre eles o assunto comer carne humana seria um assunto do qual não se falaria mais. A situação era esta: dados por mortos, no meio das montanhas ninguém mais iria procurá-los. O outro colega que falou no evento – Álvaro Mangino – disse que ter comido carne humana foi uma ” grande humilhação”, mas justificou dizendo que sentiam ” grande vontade de viver”.
Eles saíam assustados do avião que lhe servia de abrigo. Cada dia era uma luta. Todos rezavam no avião. Havia riso,alegria,contavam piadas, dormiam durante 10 minutos pra não congelar devido ao frio muito intenso. Só havia uma mulher entre os sobreviventes. Ela tinha 35 anos e quatro filhos. ” Ela foi uma mãe para nós” diz Álvaro Mangino,agradecido.
A Avalanche
Uma das piores coisas que aconteceu aos sobreviventes dos Andes foi uma avalanche(de neve) ocorrida,segundo José Inciarte, no dia 29 de outubro de 1972, 13 dias depois que eles estavam perdidos nas neves dos Andes.
Deixemos que Álvaro Mangino conte: ” O pessoal delirava. Falava em comida. Ficavam todos babando…uns diziam que queriam voltar ao Uruguai. O que cada um fazia era pensando na família…” O dia da avalanche era um dia encoberto e havia muita depressão dentro do avião. Os feridos estavam em macas penduradas. ” Senti tudo tremer. Entrou uma avalanche de neve. Os amigos estavam soterrados.”
José Inciarte acha que neste dia ” viu a morte”. Desejou que ela o tirasse daquele sofrimento. ” Tínhamos que buscar um sentido pra aquilo tudo. Seria um tremor de terra? Entraram toneladas de neve no avião. Ele sentiu uma grande angústia e depois diz que entrou num estado que classifica como de “paz”. Me senti feliz, achei que ia encontrar com meu pai que é falecido”. Ele acha que neste momento ” quase se entregou e que viu a cara da morte”, mas reagiu pensando que se existe vida tem que lutar por ela, tem dar-lhe um sentido. A conseqüência da avalanche de neve sobre o ânimo dos sobreviventes foi aterradora.” Os dedos sangravam” conta José Inciarte, alguns morreram de gangrena.
– Nesta situação a morte não é castigo,diz ele.
Os sobreviventes ficaram deprimidos e a depressão é contagiosa,relata ele. Eles ficaram 3 dias e 3 noites nesta situação.Como decorrência da avalanche morreram sete homens e uma mulher. No terceiro dia depois da catástrofe não fazia muito frio e eles saíram do avião por um buraco. Encontraram a paisagem toda branca. ” Nós parecíamos uns animais” relata José Inciarte. Neste exato momento, os sobreviventes dão-se conta que precisavam buscar socorro. E como o farão, o leitor ficará sabendo em seguida.
O Resgate
O resgate dos Sobreviventes dos Andes foi possível graças ao ” arrieiro” (condutor de mulas) Sérgio Catalan Martinez. ( Depois ele viajou junto com os 16 sobreviventes até Montevideu). Álvaro Mangino conta que a decisão de sair à procura de socorro levou 3 dias pra ser tomada.Ela envolveu a organização, a determinação, a base, e ainda se sairia para Oeste(direção chilena) ou Este.
No dia 11 de dezembro morreu o último sobrevivente (antes do resgate). O mecânico do avião estava vivo, os pilotos mortos e muitos estavam com gangrena. Na cauda do avião descobriram uma mala cheia de cigarros que estavam sendo levados pro Chile porque lá havia escassez de tudo.
José Inciarte também pegou gangrena depois de ficar 3 dias e 3 noite na neve. Finalmente, no dia 11 de dezembro de 1972 partiram alguns sosbreviventes(dois) em busca de socorro. Sabiam depois de vários dias que os dois que partiram em busca de socorro – Roberto Unta e Fernando Dogay – encontraram o arrieiro. Do outro de um rio ele recebeu um papel com a seguinte mensagem:
– Venho de um avião que caiu na montanha. Somos uruguaios.há dias que caminhamos. No avião ficaram 14 pessoas feridas. Temos que sair rapidamente porque não temos o que comer e não podemos caminhar.
Depois de alguns dias de caminhada um dos sobreviventes retorna. José conta que estes dias que os colegas estiveram foram foram os mais angustiantes. Muitos dos sobreviventes já não queriam viver. Pelo rádio escutavam Montevideu e ouviam os jingles comemorando a chegada do Natal. E eles ali perdidos. Quando ficaram sabendo que haviam sido localizados começaram a se arrumar para serem resgatados. As 12h45min ouviram pela primeira vez os roncos dos helicopteros que eles esperavam desde as 7 horas da manhã.
“Havíamos conhecido Deus nos homens” diz José. O som dos helicópteros lhes parecia um som terrível e muitos estavam traumatizados de que estes mesmos helicópteros passassem ali e não os visse.
Mas quando viram as jaquetas vermelhas dos soldados entenderam que estavam sendo salvos. A conclusão de José é que o ser humano “sempre pode mais”. Eles foram resgatados na manhã do dia 22 de dezembro de 1972, uma sexta.No final deste realto feito em 08/07/2006, em Bento Gonçalves, lhe pergunto duas coisas: primeiro se andam de avião, me disseram que sim e até riram da minha pergunta.Minha outra pergunta foi se a tragédia lhes havia mandado recado.Aí ficaram mais sérios.Álvaro Mangino, um dos dois, apenas contou esta historinha:” quando haviam descido em Mendoza, na Argentina, por causa do mau tempo,no dia seguinte foram ao aeroporto e José Inciarte levou junto uma namoradinha que havia arrumado ali. Ela foi até o local do embarque. A namoradinha argentina ficou séria na hora da despedida e profetizou: ” este avion se vá a caer…”
Da tragédia cabe lembrar:
1) na queda morreram 8 pessoas;
2) 21 pessoas morreram durante o período que ficaram perdidos e
3) 16 sobreviveram.
Os sobreviventes tiveram que explicar muito em Montevideu porque comeram carne humana, dos colegas, e por isto muita gente os via como bandidos.
Há um filme sobre este assunto e vários livros relatam o caso.
A volta da delegação a Montevideu se deu na noite de 28 de dezembro de 1972. Duas coincidências: pelo Correio do Povo, de POA, foi feita a cobertura tendo como enviado especial o counista Antônio Holfeldt e o colunista de ZH, Olyr Zavaschi estava em Montevideu quando eles chegaram.
A tragédia deu-se num avião Focker-27, um turbo-hélice da Força Aérea Uruguaia. Era um time de rugby que ia a Santiago do Chile jogar uma partida.
Eram 18 jogadores e o restante familiares. A idade entre 18 e 20 anos. Eles ficariam uma semana no Chile, e por isto levaram mantimentos que depois foram muito úteis na queda do avião. O local onde cairam se chama ” Los Maitanes” e possui 4 mil metros de altura e fica do lado da cordilheira que pertence a Argentina. Todos pensavam que eles tivessem caído no Chile, inclusive as equipes de buscas.
Como curiosidade final: a queda do avião deu-se numa sexta e o resgata dos sobreviventes também foi efetuado numa sexta.
Não sei de nada.
O que eu fiquei sabendo, é que o Xico Tripa arrumou um rapaz coisado pra fazer o seu Jabagay, e se apaixonou pelo cabra,
a moda já está pegando no largados…
Tô fora, Bush estou aguardando o Black Label .
NEGÃO
Foi muito dramático mesmo esse episódio do avião que caiu nos Andes.
Por falar em filmes, outro dia falamos aqui do Peter O’Toole, e li agora que ele morreu no último dia 14, aos 81 anos. Não foi divulgada a causa da morte. Mais um grande ator que se vai.
Negão, eu soube que o motorista de um caminhão com placa de Barueri-SP, foi expulso a pedradas de uma cidadezinha pacata e conservadora do interior, porque se recusou a apagar do parachoque a frase: quero comer a mulher do próximo. Quando precisou voltar à cidade, precavido, mas disposto a manter sua fama, no parachoque constava apenas: ainda quero!
Que horror, não?
Ontem assisti ” O Jardineiro Fiel” filme não brasileiro,
produzido em plena África com direção brasileira de Fernando
Meirelles, deu de ir até o fim, que já é alguma coisa, visto,
que geralmente é difícil eu terminar um filme.
No centenário de Alberto Camus, uma boa pedida é ‘ O Estrangeiro” dirigido por Lucino Visconti , um dos papas dos
bons filmes italianos, interpretado por Marcello Mastroianni
e Ana Karina.
( era pra escrever no local específico, mas como a tribuna
está meio devagar…)
Reservado ao venta furada- Xico Tripa- palombeta que
desfila garbosamente pelas ruas de Campos Novos com a
mesma desenvoltura que o Zé frequenta as Fadianhas.
Lá na frase do dia, o Juruna chama o Tom Cruize de Tom Cruzcredo.
A inveja faz coisa, só porque o bofe é um estouro, lindo de
viver, deve fazer o tipo do Juruna, como ele não pode avançar
na braguilha do cara, disfarça acusando, Saí pra lá bichona.
Vocês podem não acreditar, mas comprei uma caixa com todas
as temporadas dos Friends no Site das Americnas por ocasião do
Black Friday, se eu disser que acaba de chegar agora, demorou,
mais chegou.
Ontem ao buscar o meu jornal na banca, o rapaz falou que estava atrasado porque o condução que trazia foi assaltada
por engano, os bandidos fecharam o veículo pensando que era
a condução que trazia as compras das Americanas, Submarino mas
era só jornais.
O Zé está a postos lá na frase do dia, alguém chantageou um
texto que não ia ler, como há bastante textos escritos mas o
Zé acha que a direta era para o texto dele.
Pois eu li todinho, o Maringá é garantido que vai ler.
E tem mais, o Zé acha que o anõnimo é o Mário ou o Bush Bush,
eu fico com o segundo.
Ei Xico Tripa, o Ruy Cabeção saiu destilando veneno grosso
contra a diretoria do Alecrim de Natal, sede da copa, que
além de não receber salários treinavam num campo de gado.
É uma denúncia muito grave, confere, li não sei onde.
Zé te manda daí, aí só tem cobra criada, e política não é
teu forte.
Volta aqui pro rebanho, a viadagem em qse. totalidade sente a tua falta, o teu jornal, as fofocas sobre quem comeu quem,
quem tem o bilro maior, e que o Feliciano está saindo da presidência da comissão que presidia porque o prazo está acabando, e não por força da viadagem e lésbicas.
Psiu!
O bofe foi dar uma mijada e eu aproveitei pra vir aqui
dar uma recado pro Bull.
é que não tenho tempo agora, se não o Black Label que eu
ia te mandar era a n. 5- do jão, aquele viadão.
Bom dia Bull, perpétua em Uganda é só pra REINCIDENTE kkkk mas Uganda é longe demais, vai ver fica lá o “fim do mundo” , daí se vê que o Negão anda bem informado, não vai pra onde não deve.
36 meia verdade, largar é melhor sentado, né não? O homem veio do barro e do barro seus pensamentos.
Ô cachaça maldita. BOM FIM DE SEMANA A TODOS
Guaicurus on MPF DO PARÁ: “Isso é pra distrais os sábios mestres, para continuar a não querer melhorar os ensino. Se continuar assim, em menos…” nov 25, 10:59
Guaicurus on LINDOS CABELOS: “Crlh0, achar uma/um desses na madrugada, deve ser tenso.” nov 25, 10:57
Guaicurus on TRIBUNA LIVRE: “8. Creio que o Novo-Horizontino tremeu, pois estava muito bem! Cuiabá e Atlético Goianiense vão se enfrentar “Bzona” 2025, com…” nov 25, 10:54
pé rapado on O CONSELHEIRO: “simbiose-colaboração entre dois seres distintos em busca de um bem comum para ambos.” nov 25, 10:48
Guaicurus on TRIBUNA LIVRE: “2. Pra começar os preparativos da virada, tá bom né!?” nov 25, 10:48
pé rapado on TRIBUNA LIVRE: “Como diria Claudio Cavalcante e a dna henriqueta brieba- por causa duma nova passeo o ferro na velha, assim se…” nov 25, 10:21
luy on TRIBUNA LIVRE: “Parece que o resultado foi 3 a 1 e o ex meio campista Felipe, cria vascaína, assume os últimos jogos.” nov 25, 10:05
brenim on MPF DO PARÁ: “normalizar porque poderia ser seu filho,genro,neto,ou vc mesmo.aceite.ou não.mas que é abuso é,tantas pessoas sairam dessa sala arrasadas pelos vereditos,destino…” nov 25, 09:56
luy on TRIBUNA LIVRE: “Rafael Paiva foi demitido neste domingo, depois da perder por 3 a 0 para o Corinthians na Neo Química Arena,…” nov 25, 09:53
luy on TRIBUNA LIVRE: “mesmo com a minha torcida, pois a cidade tem a mesma população da cidade onde nasci, não foi dessa vez,…” nov 25, 09:34
dezembro 20th, 2013 at 13:14
A Qualhirada sumiu toda,será que teve comemoração ontem???
dezembro 20th, 2013 at 13:31
A tua batata assou aí pra baixo
dezembro 20th, 2013 at 13:52
Putz, os caras se quebrando lá na frase do dia de ontem,
e o largados já estava em dia.
Vai dar esse rabo Velhinho que não avisa.
Shoppingnear, to indo.
dezembro 20th, 2013 at 14:03
Conforme já dito: Shoppingnear = caçar bofes sarados e bem dotados de chibatas.
dezembro 20th, 2013 at 14:41
3 Pagar PICOLÉ para a galera do Skate.
dezembro 20th, 2013 at 14:58
Boa tarde…
Kadê todo mundo?
Escafederam?
Esconderam-se?
Ou estão no namoro?
Eu tô no trabalho, por sinal trabalhando muitoooooooo….
dezembro 20th, 2013 at 16:40
Os Sobreviventes dos Andes – Texto completo
” Alvaro Mangino e José Inciarte são dois dos 16 sobreviventes do desastre aéreo ocorrido em 13 de Outubro de 1972, uma sexta-feira, com um avião bimotor ” Focker-27 “, um turbo-hélice da Força Aérea Uruguaia que levava um time de rugby do Clube Old Christian Brothers, que caiu na Cordilheira dos Andes, no lado argentino.
Resgatados pelo Exército Chileno em 23/12/1972, chegaram de volta a Montevideo em 28/12/1972, como heróis nacionais, mas depois que confessaram ter comido carne humana dos colegas mortos, muita gente se escandalizou e passou a vê-los como vilões.
Em 8 de julho de 2006, Alvaro e José estiveram num congresso em Bento Gonçalves e fizeram uma palestra contando como foram aqueles dias que passaram entre a vida e a morte no meio de cadáveres congelados e da neve na Cordilheira dos Andes.
A palestra de Alvaro e José foi dividida ao meio. Primeiro falou José por ser o mais velho da dupla (são os únicos que fazem palestras desta maneira).
Eles falaram durante uma hora e l0 minutos e a atenção da platéia em nenhum momento se esfriou. José contou que o avião saiu de Montevideu e fez escala em Mendoza porque o tempo estava ruim pra atravessar a Cordilheira dos Andes. Era o dia 12/10/1972.
” Nosso resgate e a nossa sobrevivência foi um trabalho de equipe. Tivemos atitude. Saímos vivos depois que concluimos que a coisa dependia de nós”, começou dizendo porque o depoimento deles tem obviamente o viés de ser de auto-ajuda.
No avião iam 45 pessoas (5 mulheres e 5 tripulantes). ” Iamos a Santiago jogar uma partida de rugby (futebol norte-americano), diz José que tinha 24 anos em 1972 . Hoje tem 58 anos.
Ao meio-dia do dia 13/10/1972 eles foram levados ao aeroporto de Mendoza e a tripulação do avião não queria partir, conta José. A pressão dos jovens sobre a tripulação (todos militares dos quais não houve nenhum sobrevivente) foi muito grande. ” Ustedes são unos maricones” ( vocês são uns bichas) diziam os jovens aos pilotos que estavam com medo de atravessar a Cordilheira dos Andes por causa do mau tempo.
Como naqueles tempos o Chile vivia uma crise sem tamanho no governo socialista de Salvador Allende, o avião dos uruguaios levava muito mantimento (o que foi uma grande sorte para sobreviver aos dias seguintes ).
José relata que dentro do avião depois que ele decolou estava tudo tranquilo e os alunos do time de rugby iam se divertindo, jogando ” la pelota”, prá cá e prá lá dentro da aeronave.” Nem dávamos bola pra o que acontecia do lado de fora…”…
Os passageiros receberam o aviso dentro da aeronave de “apertar cintos” mas segundo José Inciarte, um dos sobreviventes, “ninguém fez caso”. Quando o avião – um bimotor Focker-27 – entrou nas nuvensos pilotos (militares) insistiram com os passageiros ” sentem-se”.
– O avião caiu num primeiro ‘buraco’ . Foi uma queda braba, brusca, conta José Inciarte. ( Ele teria entrado num ‘buraco’ de ar quente).
Os jovens puderam ouvir gritos na cabine do avião:
– Da-lhe potência! da-lhe potência! Eram, segundo José, gritos quase que de desespero.
Houve então, conforme José Inciarte, uma ‘segunda’ queda mas esta bem mais forte . muito maior. Ele relata:
– Das janelas não se via mais nada do lado de fora, uma escuridão total.
Um olha pro outro como que perguntando o que estava acontecendo naqueles instantes decisivos de suas vidas. O próprio José lembra passados 34 anos:
– Eu olhei pros meus colegas.Estavam todos apavorados, ninguém sabia o que estava acontecendo.
Ele foi descrevendo para o auditório que o ouvia naquele sábado (8.7.2006) o que foram os segundos seguintes que se transformaram num inferno.
– Houve uma explosão!
O avião chocou-se contra a montanha. E segundos depois fez-se um silêncio sepulcral. Entra ar no avião. E a neve também vai entrando pelo avião junto com o ar. Depois fica tudo azul, o céu está completamente azul. Segundos depois o avião pára de rolar. Poltronas se desprendem da aeronave e ” voam” em direção à cabine. Faz-se segundo relata José um silêncio sepulcral.
Depois os que não morreram na queda , começam a ver cenas “dantescas”: ferros retorcidos, gritos, choro, gritos de dor, pedaços de corpos, e cor de sangue por todo lado. A mente dos sobreviventes tem poucos segundos pra se adaptar à nova realidade. Primeiro não quer crer!
– Caí aqui? Por que aqui?
As primeiras reações são de querer desaparecer, ou querer ajudar os feridos. José tinha então 24 anos. Álvaro, seu colega que está aqui agora neste auditório, quebrou a perna na queda. Pelos cálculos deles a queda ocorreu entre as 15h30min. Em outubro, naquele dia 13 (por azar uma sexta-feira) na Cordilheira dos Andes a noite caiu por volta de 16h30min.
” A noite caiu de golpe. Fica noite rápido” lembra José.
– Foi a noite mais ” eterna” da minha vida. Ela não passava nunca. Uma sensação de frio que dó, vou morrer de frio, pensava José.
Os sobreviventes se abraçam pra não morrer de frio. Não podiam parar cinco minutos senão congelavam. A sensação era que não iria nunca mais amanhecer. Álvaro Mangino, um dos 16 sobreviventes dos Andes, desastre aéreo ocorrido em 13/10/1972 – que ficou célebre porque os sobreviventes comeram a carne dos colegas mortos – tinha apenas 19 anos quando a tragédia se abateu sobre aquele avião militar, da Força Aérea Uruguaia, um bimotor ” Focker 12″.Ele descreve a tragédia: “estava sentado na altura da asa do avião”. Não recorda do choque do aparelho com a montanha:” percebi que os bancos (do avião) escorreram pra frente”, diz.
Álvaro declara que com a queda ficou embaixo de um dos bancos. E relembra em que situação se viram aqueles jovens:- Estávamos a 4 mil metros de altura, a menos de 15 graus de temperatura, num local agressivo, numa situação difícl, com colegas mortos e outros feridos. Suas lembranças – narradas junto com José Inciarte, outro sobrevivente em 08/07/2006 num congresso em Bento Gonçalves – dão conta das conseqüências da queda:
” Quebrei uma perna. Um estudante de Medicina me arrumou a perna. Os ossos se juntaram”. O estudante de Medicina hoje é um cardiologista. Quando foi resgatado Álvaro não quis mais que mexessem na sua perna.
” Não vamos quebrar a perna novamente”, disse. Álvaro diz que a noite de 13/10/1972 ” veio rápido” após a queda do bimotor. Foi um horror. Havia muito medo. Foi a pior noite de minha vida,disse ele. Não passava nunca. Segundo ele, dos 45 passageiros, com a queda restaram 29 sobreviventes. ” Vinte e quatro deles estavam saudáveis, apenas com escoriações ou ferimentos leves, coisas pequenas como pernas quebradas”. Álvaro relata que os sobreviventes menos feridos pensaram logo em organizar-se, mas que havia a idéia de que seriam localizados logo pelos helicópteros que seguramente iriam procurá-los.
Alvaro Mangino diz que na situação começaram a surgir lideranças entre eles. Quem mostrava mais determinação, empenho diante da situação em que se encontravam. Durante 72 dias que permaneceram ali perdidos nas geleiras dos Andes iriam sentir frio, sede e suportar temperaturas negativas de até 30 graus.
“A capacidade das pessoas é inacreditável. Sempre se pode mais” conclui ele.
Álvaro relata que os primeiros dias foram dedicados a resolver problemas como o da sede que segundo ele dói mais do que a fome. Foram descobrir que a neve não servia pra matar a sede porque ela machuca a boca. Depois de comer neve não se pode engolir mais nada. Diante desta realidade eles concluíram que tinham que “fazer” água de alguma maneira. Tiveram então que aplicar a criatividade diante da situação. E como um deles tinha um isqueiro derreteram neve e fizeram um litro de água. O engraçado, lembrou Álvaro, é que nenhum dos sobreviventes queria queimar a nota de dólar que guardava pra fazer fogo e derreter a neve. Mesmo naquela situãção todo mundo queria economizar as notas de dólar.
Foi o sobrevivente de nome Adolfo que achou a solução pra fazer água. Botavam neve numa chapa de alumínio e derretia com o sol. Formou-se uma pequena equipe em torno deste objetivo- fazer da neve água – e o lema criou-se na hora” um por todos, todos por um”, todos trabalhavam pra todos…
O drama dos Sobreviventes dos Andes prossegue e eles viram que começar era fundamental. Nos destroços do avião acharam um “fiozinho”e através dele puderam sintonizar uma rádio de Montevideo, de onde tinham vindo. Ao conseguirem sintonizar as rádios de sua capital, se enteiraram de que as buscas deles haviam sido canceladas.
A sua situação era esta: estavam a dois mil quilômetros de casa, no meio dos destroços do avião, na neve, sem comida e seguramente alguns já estavam pensando que fatalmente iriam fazer aquilo que depois escandalizou o mundo, comer a carne dos colegas que haviam morrido na tragédia.
Os sobreviventes não tinham consciência de onde estavam. Pensaram até o fim que tivessem caído do lado chileno da Cordilheira quando na verdade estavam em território argentino. Após dez dias da tragédia haver ocorrido, eles não mais observaram helicópteros a sua procura como ocorrera nas primeiras 72 horas. E alguns deles começaram a raciocinar:” ou nós vamos partir em busca de socorro ou vamos morrer fatalmente todos”.
Nos primeiros 5, ou 6 dias, comeram chocolates – que levaram porque no Chile havia poucos provimentos – mas depois a comida começou a escassear e finalmente terminou.
José Inciarte, o mais velho dos dois sobreviventes lembra que o choque do avião com a montanha deve ter se dado quando a velocidade estava a cerca de 400 km/hora. Mesmo assim, dos 45 passageiros, 29 ficaram vivos. Destes 24 totalmente inteiros e cinco com pequenas lesões.
No começo da primavera na Cordilheira dos Andes – outubro – o sol,ainda tímido, conseguiu produzir um litro de água que eles tiraram da neve. José Inciarte vai relatando que não havia a quem recorrer. Durante o dia , conta ela, só se avistava um condor que voava alto.
E José vai preparando a atenta platéia que o escuta segurando a respiração para a descrição – que ele faz quase de forma religiosa – de como chegaram a conclusão de que fatalmente comeriam os colegas mortos. Não se viam mais helicópteros a sua procura , apenas condores que passavam sobre suas cabeças.
À noite para fugir do frio sempre negativo, se escondiam dentro da fuselagem do avião. Começaram então a ficar sem alimentos, sem os chocolates, sem os licores. Começaram a olhar para os corpos dos mortos, conta José…
Faz-se um silêncio sepulcral enquanto José Inciarte começa a descrever para a platéia a decisão de comer os colegas mortos. “Se não comer meus colegas, eu morro dentro do avião” raciocinavam os sobreviventes. Contra ou a favor?Tem que tomar uma decisão mas a mão não obedece, relata José.
Quando a mão começa a obedecer, é a boca que não se abre…
É a força do preconceito, do tabu… diz ele.
Depois de ter comido carne humana, José diz que virou uma pessoa religiosa.” Hoje eu vivo em você” raciocina ele, a respeito da carne do colega que foi comida pelos sobreviventes para poderem se manter vivos…É o amor mais grande que pode existir. Não existe maior ato de grandeza, de comunhão, diz José Inciarte.
No local a temperatura alcançava os 30 graus negativos. Entre eles o assunto comer carne humana seria um assunto do qual não se falaria mais. A situação era esta: dados por mortos, no meio das montanhas ninguém mais iria procurá-los. O outro colega que falou no evento – Álvaro Mangino – disse que ter comido carne humana foi uma ” grande humilhação”, mas justificou dizendo que sentiam ” grande vontade de viver”.
Eles saíam assustados do avião que lhe servia de abrigo. Cada dia era uma luta. Todos rezavam no avião. Havia riso,alegria,contavam piadas, dormiam durante 10 minutos pra não congelar devido ao frio muito intenso. Só havia uma mulher entre os sobreviventes. Ela tinha 35 anos e quatro filhos. ” Ela foi uma mãe para nós” diz Álvaro Mangino,agradecido.
A Avalanche
Uma das piores coisas que aconteceu aos sobreviventes dos Andes foi uma avalanche(de neve) ocorrida,segundo José Inciarte, no dia 29 de outubro de 1972, 13 dias depois que eles estavam perdidos nas neves dos Andes.
Deixemos que Álvaro Mangino conte: ” O pessoal delirava. Falava em comida. Ficavam todos babando…uns diziam que queriam voltar ao Uruguai. O que cada um fazia era pensando na família…” O dia da avalanche era um dia encoberto e havia muita depressão dentro do avião. Os feridos estavam em macas penduradas. ” Senti tudo tremer. Entrou uma avalanche de neve. Os amigos estavam soterrados.”
José Inciarte acha que neste dia ” viu a morte”. Desejou que ela o tirasse daquele sofrimento. ” Tínhamos que buscar um sentido pra aquilo tudo. Seria um tremor de terra? Entraram toneladas de neve no avião. Ele sentiu uma grande angústia e depois diz que entrou num estado que classifica como de “paz”. Me senti feliz, achei que ia encontrar com meu pai que é falecido”. Ele acha que neste momento ” quase se entregou e que viu a cara da morte”, mas reagiu pensando que se existe vida tem que lutar por ela, tem dar-lhe um sentido. A conseqüência da avalanche de neve sobre o ânimo dos sobreviventes foi aterradora.” Os dedos sangravam” conta José Inciarte, alguns morreram de gangrena.
– Nesta situação a morte não é castigo,diz ele.
Os sobreviventes ficaram deprimidos e a depressão é contagiosa,relata ele. Eles ficaram 3 dias e 3 noites nesta situação.Como decorrência da avalanche morreram sete homens e uma mulher. No terceiro dia depois da catástrofe não fazia muito frio e eles saíram do avião por um buraco. Encontraram a paisagem toda branca. ” Nós parecíamos uns animais” relata José Inciarte. Neste exato momento, os sobreviventes dão-se conta que precisavam buscar socorro. E como o farão, o leitor ficará sabendo em seguida.
O Resgate
O resgate dos Sobreviventes dos Andes foi possível graças ao ” arrieiro” (condutor de mulas) Sérgio Catalan Martinez. ( Depois ele viajou junto com os 16 sobreviventes até Montevideu). Álvaro Mangino conta que a decisão de sair à procura de socorro levou 3 dias pra ser tomada.Ela envolveu a organização, a determinação, a base, e ainda se sairia para Oeste(direção chilena) ou Este.
No dia 11 de dezembro morreu o último sobrevivente (antes do resgate). O mecânico do avião estava vivo, os pilotos mortos e muitos estavam com gangrena. Na cauda do avião descobriram uma mala cheia de cigarros que estavam sendo levados pro Chile porque lá havia escassez de tudo.
José Inciarte também pegou gangrena depois de ficar 3 dias e 3 noite na neve. Finalmente, no dia 11 de dezembro de 1972 partiram alguns sosbreviventes(dois) em busca de socorro. Sabiam depois de vários dias que os dois que partiram em busca de socorro – Roberto Unta e Fernando Dogay – encontraram o arrieiro. Do outro de um rio ele recebeu um papel com a seguinte mensagem:
– Venho de um avião que caiu na montanha. Somos uruguaios.há dias que caminhamos. No avião ficaram 14 pessoas feridas. Temos que sair rapidamente porque não temos o que comer e não podemos caminhar.
Depois de alguns dias de caminhada um dos sobreviventes retorna. José conta que estes dias que os colegas estiveram foram foram os mais angustiantes. Muitos dos sobreviventes já não queriam viver. Pelo rádio escutavam Montevideu e ouviam os jingles comemorando a chegada do Natal. E eles ali perdidos. Quando ficaram sabendo que haviam sido localizados começaram a se arrumar para serem resgatados. As 12h45min ouviram pela primeira vez os roncos dos helicopteros que eles esperavam desde as 7 horas da manhã.
“Havíamos conhecido Deus nos homens” diz José. O som dos helicópteros lhes parecia um som terrível e muitos estavam traumatizados de que estes mesmos helicópteros passassem ali e não os visse.
Mas quando viram as jaquetas vermelhas dos soldados entenderam que estavam sendo salvos. A conclusão de José é que o ser humano “sempre pode mais”. Eles foram resgatados na manhã do dia 22 de dezembro de 1972, uma sexta.No final deste realto feito em 08/07/2006, em Bento Gonçalves, lhe pergunto duas coisas: primeiro se andam de avião, me disseram que sim e até riram da minha pergunta.Minha outra pergunta foi se a tragédia lhes havia mandado recado.Aí ficaram mais sérios.Álvaro Mangino, um dos dois, apenas contou esta historinha:” quando haviam descido em Mendoza, na Argentina, por causa do mau tempo,no dia seguinte foram ao aeroporto e José Inciarte levou junto uma namoradinha que havia arrumado ali. Ela foi até o local do embarque. A namoradinha argentina ficou séria na hora da despedida e profetizou: ” este avion se vá a caer…”
Da tragédia cabe lembrar:
1) na queda morreram 8 pessoas;
2) 21 pessoas morreram durante o período que ficaram perdidos e
3) 16 sobreviveram.
Os sobreviventes tiveram que explicar muito em Montevideu porque comeram carne humana, dos colegas, e por isto muita gente os via como bandidos.
Há um filme sobre este assunto e vários livros relatam o caso.
A volta da delegação a Montevideu se deu na noite de 28 de dezembro de 1972. Duas coincidências: pelo Correio do Povo, de POA, foi feita a cobertura tendo como enviado especial o counista Antônio Holfeldt e o colunista de ZH, Olyr Zavaschi estava em Montevideu quando eles chegaram.
A tragédia deu-se num avião Focker-27, um turbo-hélice da Força Aérea Uruguaia. Era um time de rugby que ia a Santiago do Chile jogar uma partida.
Eram 18 jogadores e o restante familiares. A idade entre 18 e 20 anos. Eles ficariam uma semana no Chile, e por isto levaram mantimentos que depois foram muito úteis na queda do avião. O local onde cairam se chama ” Los Maitanes” e possui 4 mil metros de altura e fica do lado da cordilheira que pertence a Argentina. Todos pensavam que eles tivessem caído no Chile, inclusive as equipes de buscas.
Como curiosidade final: a queda do avião deu-se numa sexta e o resgata dos sobreviventes também foi efetuado numa sexta.
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dezembro 20th, 2013 at 16:42
Não sei de nada.
O que eu fiquei sabendo, é que o Xico Tripa arrumou um rapaz coisado pra fazer o seu Jabagay, e se apaixonou pelo cabra,
a moda já está pegando no largados…
Tô fora, Bush estou aguardando o Black Label .
dezembro 20th, 2013 at 16:57
Foi todo mundo pra clinica do Dr. Esgayzofrenico.
dezembro 20th, 2013 at 17:00
Boa tarde Largados.
NEGÃO
Foi muito dramático mesmo esse episódio do avião que caiu nos Andes.
Por falar em filmes, outro dia falamos aqui do Peter O’Toole, e li agora que ele morreu no último dia 14, aos 81 anos. Não foi divulgada a causa da morte. Mais um grande ator que se vai.
Negão, eu soube que o motorista de um caminhão com placa de Barueri-SP, foi expulso a pedradas de uma cidadezinha pacata e conservadora do interior, porque se recusou a apagar do parachoque a frase: quero comer a mulher do próximo. Quando precisou voltar à cidade, precavido, mas disposto a manter sua fama, no parachoque constava apenas: ainda quero!
Que horror, não?
dezembro 20th, 2013 at 17:19
“FUNK DO LARGADO”
Eu vou falar mal do LULINHA e defender o FERNANDINHO.
VAI SERGINHO, VAI SERGINHO
Vou defender o KASSAB na CPI do TRENZINHO.
VAI SERGINHO, VAI SERGINHO
Vai NEGÃO lavar o BUTICO que hoje eu vou METER TUDINHO.
VAI SERGINHO, VAI SERGINHO
As ANTINHAS do largado, BICHA LOUCA DESVAIRADA, quando lê merda na VEJA, “O BOGÓ DÁ UMA PISCADA”.
VAI SERGINHO, VAI SERGINHO.
dezembro 20th, 2013 at 17:24
Frase que o Bush escreveu no parachoque do caminhão da obra…
“Cada ovo comido é um pinto perdido”
dezembro 20th, 2013 at 17:46
Eu sou mestre de culinária
E sei enfeitar a travessa
Vou comprar uma panela de pressão
Para ver seu eu cozinho mais depressa
( Quim Barreiros- mestre de culinária.)
dezembro 20th, 2013 at 17:50
Frase no parachoque do caminhão do cumpadi Tarugo…
“Em casa que mulher manda até o Galo canta fino.”
dezembro 20th, 2013 at 17:53
Caminhão do Velhinho…
“Bofe é como laranja: a gente descasca e chupa.”
dezembro 20th, 2013 at 17:58
Deixa botar meu amor só a cabeça
Só a cabeça meu amor deixa botar
Deixa botar meu amor só a cabeça
No teu colo eu quero descansar.
( Quim Barreiro deixa eu botar só a cabeça )
dezembro 20th, 2013 at 18:00
Quem disse, que o Dicró não ia além-mar.
dezembro 20th, 2013 at 18:22
Ei, Rael… a tua batata acabou de assar na Frase do Dia de ontem.
dezembro 20th, 2013 at 20:28
To achando que a Qualhirada acredita em PAPAI NOEL pois estão muito quietinhos e o Negão falou que acabou o estoque de BOFES.
dezembro 20th, 2013 at 20:53
***
dezembro 20th, 2013 at 21:30
8. Xiu, tô de butuca aqui.
Não esqueça, sua bunda me pertence!
E aí cambada, tudo na prolixicidade?
dezembro 20th, 2013 at 22:03
Ontem assisti ” O Jardineiro Fiel” filme não brasileiro,
produzido em plena África com direção brasileira de Fernando
Meirelles, deu de ir até o fim, que já é alguma coisa, visto,
que geralmente é difícil eu terminar um filme.
No centenário de Alberto Camus, uma boa pedida é ‘ O Estrangeiro” dirigido por Lucino Visconti , um dos papas dos
bons filmes italianos, interpretado por Marcello Mastroianni
e Ana Karina.
( era pra escrever no local específico, mas como a tribuna
está meio devagar…)
dezembro 20th, 2013 at 22:05
Sei lá, pode ser o Texto que o Muttley postou ser muito extenso, e a preguiça da turma se esvaia na metade.
dezembro 20th, 2013 at 22:08
Reservado ao venta furada- Xico Tripa- palombeta que
desfila garbosamente pelas ruas de Campos Novos com a
mesma desenvoltura que o Zé frequenta as Fadianhas.
dezembro 20th, 2013 at 22:15
Lá na frase do dia, o Juruna chama o Tom Cruize de Tom Cruzcredo.
A inveja faz coisa, só porque o bofe é um estouro, lindo de
viver, deve fazer o tipo do Juruna, como ele não pode avançar
na braguilha do cara, disfarça acusando, Saí pra lá bichona.
dezembro 20th, 2013 at 22:24
Vocês podem não acreditar, mas comprei uma caixa com todas
as temporadas dos Friends no Site das Americnas por ocasião do
Black Friday, se eu disser que acaba de chegar agora, demorou,
mais chegou.
dezembro 20th, 2013 at 22:30
Ontem ao buscar o meu jornal na banca, o rapaz falou que estava atrasado porque o condução que trazia foi assaltada
por engano, os bandidos fecharam o veículo pensando que era
a condução que trazia as compras das Americanas, Submarino mas
era só jornais.
dezembro 20th, 2013 at 22:35
O Zé está a postos lá na frase do dia, alguém chantageou um
texto que não ia ler, como há bastante textos escritos mas o
Zé acha que a direta era para o texto dele.
Pois eu li todinho, o Maringá é garantido que vai ler.
E tem mais, o Zé acha que o anõnimo é o Mário ou o Bush Bush,
eu fico com o segundo.
dezembro 20th, 2013 at 22:43
Ei Xico Tripa, o Ruy Cabeção saiu destilando veneno grosso
contra a diretoria do Alecrim de Natal, sede da copa, que
além de não receber salários treinavam num campo de gado.
É uma denúncia muito grave, confere, li não sei onde.
dezembro 20th, 2013 at 22:47
Zé te manda daí, aí só tem cobra criada, e política não é
teu forte.
Volta aqui pro rebanho, a viadagem em qse. totalidade sente a tua falta, o teu jornal, as fofocas sobre quem comeu quem,
quem tem o bilro maior, e que o Feliciano está saindo da presidência da comissão que presidia porque o prazo está acabando, e não por força da viadagem e lésbicas.
dezembro 20th, 2013 at 22:56
Psiu!
O bofe foi dar uma mijada e eu aproveitei pra vir aqui
dar uma recado pro Bull.
é que não tenho tempo agora, se não o Black Label que eu
ia te mandar era a n. 5- do jão, aquele viadão.
dezembro 21st, 2013 at 0:13
29. Ruy Cabeção??? e tem outro time em Natal fora América e ABC?
dezembro 21st, 2013 at 0:43
Tarugo Avisa o Rever que o time lá de amanhã tem um “ponteirinho” rápido pacarai…
dezembro 21st, 2013 at 0:57
dezembro 21st, 2013 at 1:16
Serginho está acampado em Ipanema com o xupeta e uma Polaroid preparando a galeria de natal!
Boa noite e T+
dezembro 21st, 2013 at 1:35
os ara aorda pra da um ijão e vem argar na ibuna.
dezembro 21st, 2013 at 1:39
om ia pa eral.
dezembro 21st, 2013 at 7:56
Viadagem, inclusive o fanho, vcs estão desconvidados a ir a Uganda do Ex- Id Amim Dada, quem for gay será condenado a prisão perpétua, deu na folha.
dezembro 21st, 2013 at 8:18
E o Velhinho está acampado nas dunas, com barraca a beira
das lagoas de Lencóis, dando o rabo e lavando e poluindo
as águas da lagoa, qualirão.
dezembro 21st, 2013 at 8:25
Bom dia Bull, perpétua em Uganda é só pra REINCIDENTE kkkk mas Uganda é longe demais, vai ver fica lá o “fim do mundo” , daí se vê que o Negão anda bem informado, não vai pra onde não deve.
36 meia verdade, largar é melhor sentado, né não? O homem veio do barro e do barro seus pensamentos.
Ô cachaça maldita. BOM FIM DE SEMANA A TODOS
dezembro 21st, 2013 at 9:41
É , aqui tudo é provado, até que o homem veio do barro.
No meu tempo diziam:
Adão foi feito de barro, amigo me dá um cigarro…
bons tempos.