O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus…
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de kant e da poesia,
todos eles… e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gesto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.
Carlos Drummond de Andrade
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“Sistema penitenciário brasileiro é o home office dos grandes criminosos”, diz ministro da Defesa.
Para Jungmann, o sistema prisional brasileiro é dominado pelas facções criminosas.
“O sistema penitenciário não está nas mãos do Estado brasileiro e sim nas mãos das grandes quadrilhas. É o home office dos grandes criminosos, que comandam de suas celas ações criminosas no país e no exterior.”
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O padre e a freira iam pelo deserto em um cavalo.
Depois de um tempo, o cavalo não agüenta o calor e morre.
– Irmã Maria – diz o padre – já que não vamos mesmo sair vivos daqui, eu acho que devíamos fazer nossos últimos desejos.
– Tudo bem , padre, qual é o seu último desejo?
– Ah, eu nunca vi uma freira pelada. Eu queria ver uma freira pelada,.
A freira tira o hábito e fica nua.
– E você, irmã, qual é o seu último desejo?
– Eu também nunca vi um padre pelado.
O padre também tira a sua roupa.
– Padre, o que é essa coisa comprida?
– Isso é um membro viril, irmã, que ao introduzimos no corpo dá vida!
A freira fica eufórica.
– Então mete ele logo no cavalo, pra ver se ele ressuscita e tira a gente daqui!
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