Lula morreu.
No meio da madrugada o telefone toca.
– Alô, Seu Dirceu? Aqui é o Xico, caseiro da fazenda do senhori. O sinhor tá bão?
– Pois não Seu Xico. Que posso fazer pelo senhor? Houve algum problema?
-O seu Dirceu sinhor mi discurpa ligar essa hora da madrugada mai é que eu tenho uma notícia triste de mais pra dá pro sinhori. – Uh seu cachorro Lula, ele morreu.
– O Lula morreu Xico? Pô Xico o Lula tá há mais de dez anos na família, que que eu vou falar para as minha filhas? Lula morreu de quê Xico?
– Uai ele cumeu carne podre.
– Tu tá dando carne pro cachorro?
-Nãao ele que foi lá e comeu cavalo morto.
-Cavalo? Que cavalo Xico?
-Uai o cavalo do sinhori uai!
-MEU CAVALO PREMIADO XICO? MOREUUUU!!
-Uai tadinho teve que puxar água de mai na carroça… Acabo morrendo.
– QUE CONVERSA MAIS DOIDA QUE É ESSA XICO… ÁGUA, CARROÇA?
– Uai não, foi pra pagá o incêndio.
– INCÊNDIO XICO!! QUE INCÊNDIO????
– Carma eu vô ispricá… Caiu uma vela de sete dia, ela rolou no assuaio, pegô na curtina pegô fogo ispaio na casa intera, pego até na garagem e quemô inté o carro do sinhôri,
– PELA AMOR DE DEUS XIIICO! ESSA CASA TEM ENERGIA ELÉTRICA. PRAQUE VELA?
– Pro velório!
– XIIICO VELÓRIO? VELÓRIO DE QUEMM?
– A mãe do senhor chegô di surpresa, aí eu ví ela pulando a cerca eu pensei, deve di ser ladrão… Meti um tiro nela.
– UHHHH HIIIII ANNN, TÕ INFARTANDO…..
( Silencio total no terlefone)
-Seu, seu seu Dirceu? Fico mudo, disligou? mais qui omi ingnorânte… Fica brabo só pur causo de um cachorro?*
*